Tudo parece tão novo, situações inusitadas, condição humana miserável.Já dizia o outro "Não faça nada de que vá se arrepender mais tarde" e mesmo assim fazemos.Ai começa o doído e tão amargo gosto do arrependimento e não adianta dizer que passa, pode até passar, entretanto há um longo aprendizado e sobretudo uma maturação, uma adaptação a nova condição.Mas com certeza passa, há se passa, o tempo é o erichir do arrependimento, ele vai agindo vagarosamente, feito uma anestesia que demora a agir, mas quando aficácia se revela, o alívio surge e ja estamos pronto para o que der e vier.Oque ocorre é que de tempos em tempos tudo volta, através de mecanismos que assemelhan-se a flashbacks, lapsos isolados de situações, sejam boas ou ruins, e nesta segunda opção não a desejamos.Acontece que o desconforto não é tão intenso como no começo, agora já estamos vacinados e a analogia correta é de como se fosse uma leve dor de cabeça, que daqui um pouco vai embora.
Portanto não adianta se descabelar, virar do avesso, socar a parede, chutar oque estiver pela frente, oque apenas iremos conseguir é um incomodo físico.Somente o tempo, o grande e onipotente senhor dos milésimos, segundos, minutos, dias, anos, sim, unicamente ele é capaz de atenuar esse amargurante gosto do arrependimento que nos deixa, por vezes, num completo estado de torpidão profunda.
.jpg)
