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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dias vazios

segunda-feira, 2 de agosto de 2010
  As primaveras não são mais as mesmas, os sorisos não são mais nem de perto tão espressiveis quanto naqueles tempos do Arena, o tempo hoje corre por cima de nós atropelando tudo que vem pela frente feito trem desgovernado.Talvez tempo é oque não haja mais, o tempo vale ouro, digo até mesmo diamantes, porque não.E tudo é tão vago, um branco infinito, sem vida e alvo, feito a capa do disco dos beatles, quem sabe queira denotar alguma coisa que dê sentido a uma existência vazia, a qual carece de riscos e rabiscos traçados pelo incompreensível destino caótico.É necessário o surrealismo intenso, o mais vivo possível, para expressar o mais fundo da alma atormentada, talvez sid barret tenha descoberto o modo exato de como enfrentar tudo isso, quem sabe o mundo não estivesse pronto para um certo neo-surrealismo e de repente ele mesmo tenha pago um preço nada justo, mas oque é justo nesta tão estranha e por vezes tão singela vida.


  E os dias seguem um após o outro e as crianças crescem e aparecem descobertas mil com todos seus meandros, dos quais tentamos decifrar o enigma por toda uma existência, isto quando a encontramos.Pois bem, aquelas crianças viram adolescentes e quando se dá por conta ja estão longe daquele bairro, daquela cidade, cuidando de suas vidas problemáticas.E permaneço aqui de onde nunca sairei pra lugar algum vislumbrando tudo através destas duas janelas, da casa e do coração.Minha barba cresce, mas não dou tanta importância quanto antes, pra que?, já viu alguem se importar com uma pessoa neste estado?.Portanto, acredito ser completamente aceitável meu comportamento em relação a barba.Minha sorte é ter o cérebro intacto, a lucidez é minha menina dos olhos, único bem que me restou, assim sendo posso viajar longe com minhas estórias, ou seriam histórias, às vezes até mesmo versinhos senvergonhas que dou vida através destas canetas e papel num rítimo frenético, até mesmo doentio.Talvez alguem leia todos estes textos ou seria muita pretenção da minha persona.Acho que não, então porque não sonhar com uma homenagem em forma de publicação póstuma.


-Seu Arlindo, é hora de tomar seu medicamento, depois o senhor segue escrevendo.

-Mas oque você quer com esta pilulazinhas que me fazem dormir, deixe-me escrever.

-Sim, mas primeiro o medicamento.

  A enfermeira dá o remédio ao velho e depois pega todos os papéis que estavam espalhados em cima da mesa.Passa os olhos sem deter muita atenção, mas oqueb depreende daqueles textos são apenas um amontoado de riscos e frases desconexas sem sentido algum, palavras soltas.Talvez apenas os que compartilhassem a mesma inquietude da alma compreenderiam os versos escondidos, quem sabe até romances, que estariam mascarados por algum código secreto.

1 comentários:

de Dai para Isie

Oi, Caio, como vê, não me esqueci de você. Hehe!

Acabo de escrever um poema, Ampulheta, cujos últimos versos dizem:

Mesmo quando não vemos, o tempo passa para nós?
Com o tempo passando, nós ficamos velhos, isso é ruim?

Parece que tudo passa mesmo, e o que fica, não apenas fica, mas é deixado para trás. Como você gosta de filosofia, hein? Eu só fico viajando nessas viagens.

Grande abraço e sorte aí na publicação do seu Arlindo, acho que o conto não continua, mas que o rumo seja bom, ao menos, em nossas mentes.

Deus o abençoe! <><<

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