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terça-feira, 14 de setembro de 2010

VITROLA VIRTUAL#3

terça-feira, 14 de setembro de 2010 0
Bom o vitrola de hoje ta pra lá de psicodélico, folk, pop sessentista e ainda algumas bandas mais atuais, mas que inspiram-se (e muito) nessa galera dos sessenta com um som muito dedicado às entidades do verdaeiro rock and roll.Bandas como: Brian jonestown massacre, the coral e uma novidade o the parlor mob o resto é crássico mesmo. 


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terça-feira, 24 de agosto de 2010

O homem das mil faces

terça-feira, 24 de agosto de 2010 0
 
    Certa manhã acorda, vai até o banheiro olha para o espelho e percebe que seu rosto não é o mesmo de sempre, é de um estranho que sei la quen era, ao menos jamais em hipótese alguma tinha visto nem magro quanto menos gordo.Num primeiro momento assustou-se, após o passar dos minutos retornou para o banheiro dá uma pequena olhada e  nada, pois o rosto estranho continuava na lá, olha novamente e dessa vez detem-se na frente do espelho, que diabos estava acontecendo consigo, como aquilo era possível.Será que havia perdido a memória e esquecera de tudo até mesmo de sua aparência.   

                                                              * * *

    Até ja estava acostumando-se com aquele rosto, visto que ja existia uma adapatação, mesmo sendo forçosa.O mais engraçado é que lembrava de todo o resto, seu nome, idade, nome dos pais, enfim, todo o trivial.O dia transcorre a largos passos, começa a sentir-se um tanto deconfiado de tudo, o universo conspirando contra ele.Resolve dar uma volta, ir até o parque, passeio que sempre dava por volta das 17 horas.Eram sempre as mesmas cenas, aquelas velhas dando comida para os pombos, crianças mimadas gritando com seus pais, mendigos pedindo dinheiro para um trago de cana, os lixeiros vestidos iguais com uniforme laranja limpando de um lado ao outro aquelas calçadas imundas, mas o gozado é que nunca ficavam bem limpas aquelas malditas calçadas.  
   Caminha ao redor daquela praça, cruza por uma janela de um fusca 78, olha seu rosto e oque vê é sua velha fisionomia, retorna ao vidro do carro e seu velho rosto estampado no vidro, que negócio intrigante estav acontecendo com ele e agora definitivamente começa a sentir uma certa aflição.Como era possível acontecer aquilo.Um conhecido passa ao seu lado e o cumprimenta: 
  
   
-Como vai Arlindo? 

  
   Ele um tanto quanto estarrecido fica parado olhando para aquele sujeito e dá um olá meio esquisito, como se nunca tivesse visto aquela pessoa antes.Resolve retornar para casa e pensar em tudo aquilo, estava muito confuso para sua vã percepção dos fatos.No elevador de seu prédio, que era espelhado e fica admirando seu rosto, agora era até estranho olhar para aquela fisionomia, gostara da anterior.Chegando ao seu apartamento, prepara uma dose de vodka com limão, vai até a vitrola escolhe um vinil do pink floid e senta-se no sofá sorvendo um gole da bebida.Levanta-se do sofá e vai até o banheiro, olha no espelho e para seu espanto lá estava novamente aquela primeira fisionomia. Agora estava completamente maluco com tudo aquilo, era algo jamais visto antes, como se a cada dia houvesse uma pessoa diferente dentro do seu corpo, mas com os mesmos pensamentos e a mesma personalidade, caso contasse para alguem, o mesmo riria da sua cara e mandaria se tratar urgentemente.   

                                                                * * *
   
   Segue bebendo a vodca até liquidar a garrafa completamente e acaba adormecendo ali mesmo no sofá.No dia seguinte uma dor de cabeça descomunal, olha para o teto e fica por un intante olhando para aquele teto pintado de branco, não havia nenhuma mancha sequer.Sacode a cabeça, senta-se no sofá, esfrega os olhos e lembra do fato ocorrido com ele no dia anterior, será que tudo aquilo não passara de um pesadelo e agora era chegada a hora de acordar de vez e seguir em frente.Sente receio de ir ao espelho e estar com o rosto completamente diferente.Fica andando de um lado para o outro no meio da sala, estava enlouquecendo com tudo aquilo, uma paranóia assustadora.Até que enfim toma folêlo e denodo para ir ao espelho.Chegando ao banheiro, acende a luz, cheiro desagradável, embrulho no estômago, finalmente olha naquele maldito espelho e oque vê: um rosto sem boca e fica olhando para o espelho e as lágrimas começaram a escorrer pelas maçãs do rosto, agora nem mesmo gritar por ajuda era possivel.

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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

VITROLA VIRTUAL#2

sexta-feira, 6 de agosto de 2010 0
      Hoje com bandas novas e outras nem tanto, começanco Litlle Berrie, blue van, ambas evocam guitarras de rock da antiga, sendo que primeira com pitadas de soul.Ainda o set conta com bandas daquela safra punk/alternativo, anos 80, como por exemplo wippers e  dinossaur jr.Depois tem Dead weather, the bravery e greenhorns, estas últimas, bandas já devidamente conhecidas.

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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dias vazios

segunda-feira, 2 de agosto de 2010 1
  As primaveras não são mais as mesmas, os sorisos não são mais nem de perto tão espressiveis quanto naqueles tempos do Arena, o tempo hoje corre por cima de nós atropelando tudo que vem pela frente feito trem desgovernado.Talvez tempo é oque não haja mais, o tempo vale ouro, digo até mesmo diamantes, porque não.E tudo é tão vago, um branco infinito, sem vida e alvo, feito a capa do disco dos beatles, quem sabe queira denotar alguma coisa que dê sentido a uma existência vazia, a qual carece de riscos e rabiscos traçados pelo incompreensível destino caótico.É necessário o surrealismo intenso, o mais vivo possível, para expressar o mais fundo da alma atormentada, talvez sid barret tenha descoberto o modo exato de como enfrentar tudo isso, quem sabe o mundo não estivesse pronto para um certo neo-surrealismo e de repente ele mesmo tenha pago um preço nada justo, mas oque é justo nesta tão estranha e por vezes tão singela vida.


  E os dias seguem um após o outro e as crianças crescem e aparecem descobertas mil com todos seus meandros, dos quais tentamos decifrar o enigma por toda uma existência, isto quando a encontramos.Pois bem, aquelas crianças viram adolescentes e quando se dá por conta ja estão longe daquele bairro, daquela cidade, cuidando de suas vidas problemáticas.E permaneço aqui de onde nunca sairei pra lugar algum vislumbrando tudo através destas duas janelas, da casa e do coração.Minha barba cresce, mas não dou tanta importância quanto antes, pra que?, já viu alguem se importar com uma pessoa neste estado?.Portanto, acredito ser completamente aceitável meu comportamento em relação a barba.Minha sorte é ter o cérebro intacto, a lucidez é minha menina dos olhos, único bem que me restou, assim sendo posso viajar longe com minhas estórias, ou seriam histórias, às vezes até mesmo versinhos senvergonhas que dou vida através destas canetas e papel num rítimo frenético, até mesmo doentio.Talvez alguem leia todos estes textos ou seria muita pretenção da minha persona.Acho que não, então porque não sonhar com uma homenagem em forma de publicação póstuma.


-Seu Arlindo, é hora de tomar seu medicamento, depois o senhor segue escrevendo.

-Mas oque você quer com esta pilulazinhas que me fazem dormir, deixe-me escrever.

-Sim, mas primeiro o medicamento.

  A enfermeira dá o remédio ao velho e depois pega todos os papéis que estavam espalhados em cima da mesa.Passa os olhos sem deter muita atenção, mas oqueb depreende daqueles textos são apenas um amontoado de riscos e frases desconexas sem sentido algum, palavras soltas.Talvez apenas os que compartilhassem a mesma inquietude da alma compreenderiam os versos escondidos, quem sabe até romances, que estariam mascarados por algum código secreto.

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segunda-feira, 26 de julho de 2010

VITROLA VIRTUAL # 1

segunda-feira, 26 de julho de 2010 1
  Musics para todos os gostos, do hype ao rêtro, pois tentarei postar um por semana, músicas que ouço e desejo comparilhar, logo, escute e deixe um comentário.                                                         



  1. Cold Wind by Black Rebel Motorcycle Club
  2. New York City Cops by The Strokes
  3. Me and the Major - Belle and Sebastian
  4. The Band - King Harvest (Has Surely Come)
  5. Dr. Robert - The Beatles
  6. BB Brunes - (D)Andy
  7. Wolfmother - In The Morning
  8. Queens of the Stone Age - Auto Pilo   
  9. Iggy Pop-Lust for life

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sábado, 24 de julho de 2010

Entre birítas e pó royal

sábado, 24 de julho de 2010 1
   O cheiro de sexo pairava no ar, misturado ao suor evaporado pelos corpos que a pouco se enroscavam feito cobras, naquela cama velha com lençóis que não eram trocados a algum tempo.O quarto todo era muito velho, com certeza vários encontros sexuais ja haviam acontecido naquela cama, naquele ninho podre que a velha dizia ser um lugar de respeito, respeito o caralho, pois sabia-se muito bem que aquele lugar era feito apenas pra encontros e para usuários de droga consumirem seu nectar, sejam endinheirados ou mesmo aqueles sujeitos durões que juntavam uma grana para cheirar a duros sacrifícios, mas obviamente a velha tirava sua etapa que era um teco pequeno, pelo menos era oque dizia, mas oque não sabiam era que de teco em teco ela estava se destruindo a valer, day by day.Bom, mas voltando ao que importa, o cara ficou olhando pela janela do quarto e pensava naquela outra mulher que talvez estivesse a sua espera em algum lugar e quem sabe necessitasse de sua ajuda, mas ele não queria nem saber no fim do ano voltaria tudo ao normal, logo, na sua cabeça pervertida acreditava que tinha de aproveitar o máximo possível, tudo em todos os minutos.A mulher ainda na cama acendeu um cigarro e lhe questionou noque pensava.O homem falou que nada, apenas observava a rua com suas distrações baratas.Falou à garota que precisava beber algo para descer a cocaína, a moça disse que ia pegar uma cerveja lá embaixo, enquanto isso ele prosseguiu no seu monólogo mental.


   Quando chega até a geladeira tem vários caras sentados na cozinha consumindo suas drogas, um deles mexe com a moça, que o manda a merda.Pega cerveja e antes de subir a velha chega próximo dela e pergunta quanto tempo mais ficariam lá, pois tinha uma proposta para lhe fazer.Retorna ao quarto e passa um dos copos para Pedro, ele segura o mesmo, pergunta a garota se tem algum plano melhor para a vida além de seguir naquela  junkielifee logo após, afirma que talvez houvesse uma forma de sairem juntos daquela e seguirem uma vida mais regrada ou um pouco menos turbulenta.A garota fala que ja tentou uma vez, mas que não deu certo, ficou um tempo em casa numa boa, entretanto não durou muito este recesso.Oque te assusta tanto na vida? indaga à garota, ela responde que nada, a vida é um passatempo e todos vamos encontrar seu final em algum ponto determinado, logo, porque não seguir na trilha errada até onde der.Queria mesmo era viver, não se arrepender de nada que não fez, não tinha nascido para uma vidinha pacata, com empregos normais e almoços familiares aos domingos, era assim como era e pronto, sem ressentimentos com nada.O cara falou que deveria tentar, quem sabe faltasse encontrar a pessoa correta para lhe ajudar, pois pensava grande e não queria passar a vida inteira se autodestruindo, mesmo tendo uma forte tendência a isso no sentido literal da coisa, sem anédotas metafóricas.Neste momento, ela diz para Pedro que tentou o suicídio por duas vezes, com insucesso patético.Havia uma força superior que lhe prendia a este maldito circulo de amizades estavam acabando com sua reputação, que talvez nem mesmo existisse mais.

   Pedro chega próximo dela, a segura pela nuca e  tasca um beijo ,naquele exato momento percebeu que aquele beijo era tão doce quanto o de inúmeras mulheres de reputaçao intacta e percebeu que aquela mulher, daquele jeito, era oque queria e não era nenhuma aventura de momento, é algo que nem mesmo ele tinha como explicar,como uma junkie fudida como aquela lhe atraia de forma singular.Seguiria com ela até onde aguentasse ou desse e que fosse todo resto para o inferno, não se importava com oque os outros diriam a seu respeito.Após, deitaram-se na cama e seguiram para mais alguns momentos de sexo sujo, mas verdadeiro, que ambos gostavam.Seria tudo aquilo uma ímpeto fugaz de momento ou um sentimento puro gerado de diversas situações depravadas que à meses estavam vivendo juntos, isto nem mesmo eles conseguiriam dizer e somente o tempo mostraria.Enquanto isso a velha cheirava pesado na sala ao som de boleros antigos e à luz de lâmpadas vermelhas.De repente sente uma forte dor no peito, não conseguia respirar direito, sentia-se tonta, tentou gritar por socorro, mas era um ato em vão, pois o volume do som não permite que seja escutada, nem mesmo pelos amantes, os sujeitos que estavam na sala haviam pirado demais para perceber alguma coisa.A velha acabou dura no meio da sala, vítima de um ataque cardíaco fulminante, seu corpo somente foi encontrado no outo dia pela garota que mesmo sem ter parentesco algum com a velha, derramou algumas lágrimas, porque apesar de tudo, a velha estendeu a mão várias vezes e foi com quem pode contar nos dias mais conturbados de sua vida, aquele era um fim triste, mas previsível.Naquele momento Pedro aproxima-se da garota e lhe abraça, afagando seus longos cabelos dourados.A garota num pranto convulso, chegando a ser até incompreensível, pois nem mesmo ela sabia que nutria um sentimento tão intenso pela velha.

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domingo, 18 de julho de 2010

Existência Vazia

domingo, 18 de julho de 2010 1
 John cantarolava e bradava: não quero sentir mamãe, não quero ter o pranto da dor.

 Diga-me a verdade, apenas dê-me a verdade é só oque lhe peço.

 O rapaz com seu pranto convulso correu até a porta dos fundos abriu-a e saiu em disparada pelo pátio gritando e saudando a luz do sol que era a testemunha de sua felicidade contagiante por estar livre.Olhava o céu e imaginava todas as pessoas vivendo com sua liberdade  e sentenciou, ali mesmo, que jamais seria um soldado, não queria morrer.

 Assim sendo a mãe foi até o menino e o abraçou, com tanta energia amorosa verdadeira que até dizendo-lhe que apenas seria um soldado se quisesse, se lhe obrigassem ela estaria lá e tentaria até o ultimo segundo evitar, custasse oque fosse, com a própria existência se preciso.
 De repente ouve um barulho muito forte na porta da frente e dois homens de farda marrom que assemelhavam-se a de soldados correram ao encontro dos dois e esbofetearam a mulher, logo após agarraram de forma ríspida o menino, que aos prantos gritava por socorro, a mulher ainda tentou, mas novamente foi violentamente agredida, quando caiu inconciente.Os homens sairam com o menino ao gritos, o mesmo num choro perturbador.

 Passaram-se vários anos e aquela pobre mulher nunca mais viu o menino e talvez jamais o veja, mas assim mesmo pensava que era a vontade daquele lá de cima e que este era seu quinhão, que teria de pagar até o último de seus dias.

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segunda-feira, 12 de julho de 2010

O embrulho

segunda-feira, 12 de julho de 2010 0
 -Embrulhou tudo mesmo?, sem rastro algum?.Espero que tenha saído como planejamos.


     -Diz uma coisa?, quando que deixei na mão.Não..não...não, nem reponda que eu mesmo me dou ao trabalho: NUNCA


     -É, mas sabe como é que é, uma fora e tudo acaba mal, entendeu?


     -Tá parecendo até militar com este "entendeu".Já te passei todas as coordenadas, tem erro não, deixei bem esmiuçado?


     -O plano ou serviço?


     -Os dois.

     -Então só aguardar, que o tempo se encarrega de todo o resto.


       No fundo rola uma canção muito boa que agradava a ambos, não lembra o nome, mas era uma banda dos anos sessenta, periodo muito admirado, pelos dois, na história do rock.O cara com camisa de flanela xadrez acende um cigarro sentado naquele sofá empoeirado com mancha de mofo, fruto de võmitos homéricos não limpos ao longo de noitadas movidas a drogas e diversão.


      -Relaxa véio, não tem como furar é aguardar e pronto, serviço completo, pega ai.

      Após esta frase passa o cigarro para as mãos do outro que aceita com certa avidez, talvez pensasse que serviria como uma distração para seu nervosismo visível, pois tudo teria que transparecer de forma trivial, quando chegasse o momento oportuno. 

      -Somente vou relaxar depois que tudo estiver devidamente resolvido, até o ultimo momento toda situação é delicada. 


      -Sabe de uma coisa? eu tô relaxado, nunca falhei. E tem mais uma: dei sumiço em tudo.

      -É ainda bem, ainda bem.Poxa, se não tivesse se entrometido com meus esquemas poderia ter ficado tudo bem.

         Começa a coçar a barba que estava grande e cobria os buracos que tinha no rosto devido as milhares de espinhas espremidas na adolescência.Dá duas tragadas no cigarro e passa a mão direita no rosto.Dá meia volta e obeserva friamemte o retrato da mãe na parede da sala.Sente um misto de dor e desprezo, tudo ao mesmo tempo.Atormentava-o a tal ponto aquela fotografia, resultando num esgotamento emocional rasoável.Bafora a fumaça do cigarro para o alto e passa para o outro sujeito que tenta balbulciar algum estrofe da musica que tocava na velha vitrola.

       -Oque deu mais trabalho foi cortar a cabeça que tava bem dificil, tambem os instrumentos não ajudavam muito, outro problema foi o sangue.


      -Cê limpou tudo lá?


      -Dei meu jeito.


      -Sim pô, ninguem merece ter de cozinhar num ambiente todo sujo de sangue.


      -Negócio agora é acender uma vela pra velha ser bem recebida lá onde quer que esteja.


      -Tá arrependido é Silveira?


      -Lógico que não rapaz.


      -Só mato quando acho justo, ai é sem dó e faço bem feito que é pra valorizar o ordenado.


      -Essa velha nunca mais vai me encher o saco por causa do meu fanatismo por rock e de quebra não vou precisar suportar aquele forró horrível que era obrigado a aturar.


       E assim o homem de camisa xadrez se despede e sai com sua mala em direção ao táxi que lhe aguardava em frente a casa.Ainda na porta olha para traz fita o outro homem nos olhos e esboça um sorriso no canto da boca, meio sem graça.Coloca sua boina estilo europeu e sai debaixo daquela chuvarada que caía.O outro homem vai até a vitrola, troca o vinil, procura a faixa desejada, aumenta o volume.Vai até a estante prepara um whisky duplo.Cai no sofá com a consciência do dever cumprido, como se tivesse vindo de um dia atarefado de trabalho.Prossegue no seu ritual cantarolando a canção que  era lida naquele velho vinil.

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segunda-feira, 5 de julho de 2010

O segredo

segunda-feira, 5 de julho de 2010 0
    Era julho, mês de muito frio aqui em Rio dos Cordeiros, o vento desfolhava quase por completa as cerejeiras que haviam aos montes naquele bairro, era o charme daquela rua.Seu Arlindo sempre escrevis seus versinhos inspirados por aquelas belas cerejeiras, uma flor linda dava aquela árvore.
Todos à mesa. Numa das cabeceiras seu Arlindo, na outra Pedro, enquanto numa das laterais ficavam lado à lado, Ana e Leandro, este último por sinal muito bem trajado com um suéter azul.Do outro lado ficava Joana, tal como Leandro muito bem vestida, oque realçava mais sua beleza, deixando em segundo plano seus traços de envelhecimento, impercepitiveis.

  Pedro obeservava a todos sem tecer comentário algum, mergulhado em suas preoucupações, seus dramas.Enquanto sorvia um gole de vinho do porto, percebia o contraste entre a suavidade daquela bebida e o amargor  perturbador de sua existência.Atento a todos, sentia como seu amigo de infância, Leandro, se engraçava, com classe, para sua irmã, que parecia absorta em seus pensamentos, talvez sobre arte ou qualquer outra coisa menos Leandro.Ana imaginava como podia aquele garoto ser tão
idiota a ponto de não  perceber o quanto era chato ou completamente desinteressante, ao menos, para ela.Estava mesmo era pensando em seu pai, ao que indicava faltava muito pouco para se envolver com aquela interesseira, viúva de dois matrimonios, mortos em circuntâcias um tanto quanto estranhas, dois assassinatos, os quais esteve como acusada.Jamais concordaria com este relacionamento estapafurdio, exatamente esta palavra, gostava de utilizá-la em situações desta oportunidade.
 
   Terminado o jantar, agora seu Arlido e Joana estavam  nas despedidas, ela dizendo o quanto tudo estava tão organizado, desde o cardápio, com destaque para escolha do vinho, até a preparação da mesa com todos os acessórios acertadamente dispostos.Enquanto isso, naquele exato momento no sofá quadreculado em frente à lareira, Ana falava para Leandro que não havia chance alguma de acontecer algum envolvimento amoroso entre eles, não existia espectativa alguma.

   Pedro encontrava-se na varanda do apartamanto observando os automóveis deslizando de um lado ao outro.Era chegada a hora de falar tudo, desafogar seu peito, com certeza piorar não iria, pelo contrário, seria tudo mais saudável para ele, porque não dizer para ambos.Quando seu Arlindo retorna, ja estam todas as luzes apagadas, menos a da varanda de onde podia ver na penumbra da luz uma fumaça de cigarro, havia alguém lá com certeza.Chegando até esta parte da casa avista o filho fumando um cigarro, apesar de ter parado de fumar à algum tempo consegue distinguir até mesmo a marca do cigarro o qual definiu, com certa confiabilidade, como sendo um malboro filtro laranja, o mais forte de todos.Desconhecido era o motivo pelo qual seu filho estava cometendo tal ato, pois sabia muito bem que ele não fumava, a não ser que tivesse começado agora e nem mesmo havia reparado, tão atarantado com seus problemas, ocupadíssimo com os afazeres da livraria.Resolve questionar o filho a respeito daquele ato repentino de começar a fumar:


-Começou agora?

-Oque ?-indaga o rapaz.

-Isso ai que você tem na mão?-retruca o pai.

 Pedro levanta o cigarro e mostra ao pai.
-O senhor quer dizer o cigarro?, já faz algum tempo. Até mesmo Ana sabe.

-Longe de mim falar alguma coisa é que apenas tive a curiosidade de saber.E sabe de uma coisa?, me dê um tambem, hoje não foi fácil.- sempre que ficava tenso seu Arlindo fumava um cigarro e se for um assunto extremamente delicado, pior era.

Pedro jogou a carteira de cigarro nas mãos de Arlindo com certa força.

-É pai, como são as coisas.Nem mesmo você, o defensor das boas maneiras percebeu que seu filho mais velho estava fumando.São tantos os problemas com que se preoucupar não é mesmo?

-Não é verdade. São apenas distrações que cegam algumas vezes dos assuntos que realmente importam.

-Tenho algo muito importante para falar para o senhor e ja faz algum tempo, existem coisas que retardamos, que relutamos, que nos negamos a aceitar muitas vezes, todavia não há meio termo, não existe solução diferente a não ser baixar a cabeça e acatar.

-Sim, é mais forte que nós mesmos- diz Arlindo.

   A cena parecia clássica: o pai de um lado o filho do outro, e um dilema, a reação de cada um estando frente à frente era um enigma.Havia um detalhe: o tempo que não era dos melhores, o céu sem estrelas, coberto pelas nuvens carregadas tal como as cortinas de um teatro que esconde o espetáculo que nos farão rir, chorar ou ambos.Agora percebia-se que a maioria dos apartamentos dos prédios ao redor ja haviam apagado suas luzes, todos ja haviam adormecido, todavia, no aprtamento 45 as luzes insistiam em permanecer acesas.


-Pai, ja percebeu como sempre tentei fugir de muitas coisas e você sempre me ajudando, me impulsionando de modo a não me deixar desistir dos desafios, foi sempre assim, desde aprender a dar as primeiras pedaladas na bicicleta até a tão almejada aprovação no vestibular.

-sim. Lembro de quantos tombos você levou até aprender definitivamente andar de bicicleta, mas o vestibular eu apenas fiz você acreditar no grande potencial que tinha, era  apenas uma questão de paciência e perseverança.

-Sim pai, mas em todas essas vezes la estava o senhor sempre apoiando, isso é elogiável.

-Apenas fiz minha obrigação de pai.

-Pode ser.Tudo isso foi extremamente importante, ainda mais para nós que perdemos a mãe muito cedo.Foi uma barra e tanto.

-É verdade filho.Mas onde você realmente quer chegar com todas estas recordações muito bonitas, que embelezam tudo ,mas não te dão pistas de absolutamente nada.

  Neste momento há um silêncio esmagador que chega a sufocar, ambos temem por algum motivo que guardam à sete chaves no fundo de seus corações amordaçados por pensamentos dos mais distintos.Pedro dá mais umas tragadas no cigarro, que ja estava no filtro laranja, bafora a fumaça, que se mistura com a névoa gélida do inverno e se perde na imensidão da noite com todos os seus encantamentos que nos embriagam e nos contagiam, assim mesmo, tudo misturado.A noite onde todos somos vencedores e vencidos, onde os temores e os atos de bravura nos promovem ou nos rebaixam, assim mesmo, tudo exatamente definido.
 

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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Com ou sem pimenta?

quinta-feira, 13 de maio de 2010 1



   Noite escura, as estrelas escondidas atrás daquela névoa muito branca, uma finíssima garoa após longo tempo conseguia molhar de forma muito singular.Ja não haviam pessoas nas ruas, pois nestas localidades, principalmente nesta época, de frio é intenso.Daqueles que fazem os bueiros baforar toda a imundicie provocada por nossos lixos domésticos.Oa cachorros e gatos morimbundos, vira-latas, clamavam miseravelmente por restos de comida e principalmente abrigo para passar a fria noite que se apresentava até o momento.
 
  O homem aguardava o lanche ansiosamente, pois não havia comido ao longo daquela tarde e o dia havia sido bastante tumultuado e cansativo, tudo por miseros vintens que mal davam para os gastos mensais que se resumiam ao básico, descartados completamente as mínimas regalias que uma familia do século vinte um poderia ter.Reflete sobre como sua vida havia se tranformado nestes ultimos meses: mais um filho a caminho, o salário com certeza ficaria ainda mais apertado para os gastos todos que estavam por vir.Todavia negava-se a pedir um aborto para sua mulher, que ja compartilhava das mesmas preoucupações do seu homem.

No interior da cozinha daquele trailher, de estrutura precária, estava Pedro, fazendo o lanche do cliente, que ja parecia ancioso.Diante daquela situação se pega a pensar como era infeliz em sua existência, trabalhando num trailher vagabundo daqueles, fazendo aqueles lanches carregados de colesterol, saindo daquele anbiente todos os dias tarde da noite e ainda por cima cheirando a gordura quente.Não aguentava mais, mas era necessário para auxiliar a mãe nos gastos da casa.Pedro nunca havia conhecido o pai, oqual desaparaeceu, após certo dia ter saído para procurar emprego.Permanecia em casa ajudando a mãe por causa dos irmãos que ainda eram pequenos e precisavam comer.Pedro não conseguiu estudar por causa desta situação deprimente.Seu olhar era muito triste, tanto que quando fitamos nos seus olhos, percebíamos todo o cansaço motivado principalmente por aquela tristeza que insistia em perdurar. 


-O senhor vai querer pimenta em todos? 

-Tá falando comigo?-diz o homem que espera o lanche.

-Apenas em um deles por favor.- respondeu.

  O homem prosseguiu na sua reflexão a cerca de como sua vida era uma droga, não conseguindo se concentrar no que estava fazendo e acabaria colocando pimenta nos dois lanches.Já o outro prosegue sua espera, agora esfregando as mãos, uma na outra, objetivando esquentá-las.Mas estava intrigado com todas as suas preoucupações, principalmente com a que estava a caminho.Mesmo assim prosseguiu observando os cães procurando abrigo e qualquer resto de alguma coisa que pudesse enganar a fome.

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quarta-feira, 12 de maio de 2010

quarta-feira, 12 de maio de 2010 1


 Recesso criativo, bloqueio de todas as idéias que poderiam ser oportunas.Esta tudo tão confuso que elas, as idéias, voam como balões que escapam dos dedos de uma menininha e ganham sua liberdade até chegarem ao mais alto possível e cabufff...acaba tudo.E tudo fica cada vez mais e mais enfumaçado, preto mesmo, escuro como a mais lúgubre das noites.
                                              

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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Uma outra estória

sexta-feira, 9 de abril de 2010 0
  Parecia triste talvez fosse por sentir saudades daqueles tempos, os quais pareciam eternos, mas que na realidade tinham prazo de válidade, que apenas não estavam tão bem especificados como deveriam. As saudades  de certa forma assemelham-se a punhaladas que dilaceram a alma no seu mais profundo, que ao invés de jorrar sangue, faz pior, esvazia por completo todos os sentimentos puros. Sentimentos, os quais escapam paulatinamente por estes orifícios surreais provocados por estas malditas e frias estocadas. Estocadas estas, gerando feridas que por vezes não sicatrizam, apenas acostuma-se à intensidade das dores.

   A única forma encontrada para enfrentar esta tão dolorida tristeza causada por esta saudade súbita, como se nunca mais fossemos encontrar aquele outro, e no entanto muitas vezes este outro esta apenas querendo refletir sobre tudo, como o casal que briga e cada qual se esconde no seu canto tentando descobrir oque realmente aconteceu, para logo após ressurgir cada um do seu casulo e selarem amores infinitos, para todo sempre, se é que exista um "todo sempre" por ai.Mas a forma realmente concreta de enfrentamento deste sentimento nefasto é respirar fundo e tocar em frente, sim, não há uma solução com tal exatidão para isto. É apenas dobrar a esquina e seguir em frente. 

   Esta saudade acomete somente os que tentam amar, que se permitem amar.Amor que é o mesmo que odio, apenas trocam-se os sinais como na matemática.A intensidade povoa os dois sentimentos de forma igualitária. Oque nos resta é enfrentar com toda força, do fundo desse tão mal tratado e sufocado coração. E o dia depois de amanha surgira com onipotência descomunal, apresentando-nos o caminho da rendição, e será como uma grande tormenta, a qual resulta sempre numa apaziguadora calmaria, com aquele arco-iris refletindo todas as suas cores, iluminando sublimemente o caminho soturno dos moribundos, aquecendo a alma destes que são o revés daqueles lá do começo do texto, o amor triunfará sobre tudo, oque pode ser meio datado, mas sinceramente, é oque realmente acreditamos que aconteça no final das contas.


-Terminei finalmente.


  Talvez não fosse a melhor coisa que pudesse ter escrito, mas era o melhor atré o momento. Termina o lado A de um dos discos mais legais da história da música, o ano era 1966 "Blond on Blond" do Bob Dylan, seu baseado estava na última ponta, mas não interessava, faria outro para esta calmaria repentina não chegar ao seu instantâneo final, enquanto isso seguia aquela melodia Dylannesca gostosa tocada em vitrola dos anos sessenta e naquele momento sentenciou:  aquele sujeito era, definitivamente, o maior poeta do rock.

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segunda-feira, 15 de março de 2010

The man who sold the world: Mais uma genial paranóia futurista

segunda-feira, 15 de março de 2010 1
  O ano é 1970, Bowie lança mais um belo disco, The man who sold the world, que viria a se tornar mais um sucesso e tambem uma obra prima que figuraria fácil fácil na lista dos melhores trabalhos do camaleão do rock, aqui neste trabalho mais do que nunca, pois o que ouvimos é um turbilhão sonoro com guitarras e baixo pesadão, lembrando uma sonoridade calcada no blues-rock e ainda oque viria a ser o glam ou gliter rock, como queiram. A temática ainda voltada para aquela dose de paranóia futurista. Aqui observa-se uma evolução de Bowie, pois as músicas estão mais pesadas que no álbum anterior, porém ainda há resquícios do seu folk-rock-psicodélico.  


  Este álbum foi o primeiro em que Bowie teve do seu lado o produtor Tony Visconti que viria a trabalhar com ele em outros discos. Ainda este trabalho foi o primeiro a contar com o guitarrista Mick Ronson, grande guitarrista que só veio a acrescentar ao som deixando-o mais orgânico, entenda-se mais rocker. Neste disco a batera esta retumbante com viradas para todo lado; o baixo esta realmente pesado, uma verdadeira avalanche rockeira. Há de ressaltar que aqui pode-se considerar o marco zero do periodo clássico de Bowie, pela sequência de bons discos que viriam mais à frente. The man who sold the world pode ser considerado um dos melhores álbuns de David Bowie e uma das melhores bandas que já acompanharam ele, com excelentes performances ao vivo. E como dizem os mais informados: é só colocar no cd player ou vitrola que ele sai rolando por si só.

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A carta


  A tristeza lhe invadia o coração sem tréguas apenas destrinchando tudo através das lágrimas que não eram poucas, e que escorriam por suas rugas que lhe deixavam horrível diante do espelho, mas porque chorava compulsivamente, pois estava tudo resolvido e lágrimas são, unicamente, lamentações desprovidas de sentido. E foi tudo tão de repente, que de repente estava na rua da amargura sem eira nem beira, como sobreviver, essas eram questões que por mais estranho possa parecer não importavam em nada. Oque lhe tirava o juízo era a vergonha desconcertante estampada em seus olhos. Vergonha tal, que lhe perseguiria pelo resto da vida. Pois onde quer que fosse ela estaria lá, no seu mais absoluto e intocável esconderijo. Soberana de si mesmo. Pensava, dialogava com o nada, questionava-se: porque ele?, não ouvia resposta alguma do seu eu, este que falam ser nossa consciência, algo subjetivo para assuntos tão obejetivos. Andando pelo parque, não mais que de repente encontra uma carta ao lado de uma árvore, era inverno e as folhas ja estavam todas no chão cobrindo aquela terra vermelha como um cobertor aquece um corpo no inverno rigoroso sulista. Abre aquele envelope, retira a carta, desdobra e obeserva as letras que eram bonitas. Era uma carta de amor. Pelo tom amoroso que somente os mais fiéis amantes poderiam dar vida. Nela estava um pedido de desculpas pelo atraso de uma das partes da tal aventura apaixonante. Talvez ela tenha lido aquela carta e jogado fora ou ainda nem mesmo tenha lido, oque poderia ser um erro ou quem sabe uma dádiva. Todavia, oque lhe interessava aquilo tudo?, diante de todos os percaussos pelos quais o destino insistia em jogar bem no meio do seu tortuoso caminho. No fundo aqueles amantes nunca mais voltariam a se encontrar  e o pobre coitado do homem viveria na sua amarga tristeza durante bons anos à frente até o derradeiro momento de sua infâme existência.

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quinta-feira, 11 de março de 2010

David Bowie: Uma verdadeira Odisséia no espaço

quinta-feira, 11 de março de 2010 1
  Venho através deste humilde blog hablar a respeito de uma das figuras mais importantes da música pop, e que esse quem vos fala admira muito, por sua criatividade, coragem, estilo, porque não, e principalmente por ter feito grandes discos de rock nos anos setenta. Falo do Mr. David Bowie, cara muito cool que inspirou e inspira uma gama de pessoas que mexem com arte de uma forma geral, não se restringindo apenas ao nicho músical ainda de quebra algumas capas de seus discos são um show aparte. 
Apartir de hoje vou tentar fazer um breve comentário acerca de suas obras de arte, sim, pois discos do Bowie são verdadeiras obras de arte, tanto na poesia das letras quanto nas composições musicais , todas dentro de um conceito pré-estabelecido. 

   Primeiro álbum que vou tentar aguçar sua curiosidade é MAN OF WORLD/MAN OF MUSIC, lançado em 1969 e alguns anos depois relançado, em 1972, com a alcunha de SPACE ODDITY. Bowie no início da sua fase mais andrógina, que viria a se confirmar mais tarde com álbuns como HONK DORY e THE RISE AND FALL OF ZIGGY STARDUST AND SPIDERS FROM MARS. 
Bom, o disco foi lançado num período onde o movimento hippie estava morto e ninguem mais queria saber desta história de paz e amor, que mais tarde daria origem a outro movimento importante nos anos setenta, preciso falar qual?. Mas retornando, este disco não contem grandes hits de rádio, mas é uma das primeiras provas da genialidade de Bowie, pois o álbum cria um clima espacial realmente mágico que nos conduz através da leveza das canções. Esse trabalho basicamente calcado no som espetácular dos violões e refinadas camadas de guitarra e um vocal espetácular que carece ser escutado, pois Bowie parece querer definitivamente mostrar sua poesia. É om folk eletrificado com suaves pinceladas de psicodelia britânica, já na sua derroacada.  

Tomara que tenha conseguido despertar uma certa curiosidade em alguem que se interesse em conhecer a obra de Bowie, que é vasta. Este é apenas o começo, pois mais à frente ele faria outros espetáculares discos de pop/rock, que marcariam para sempre a história da música pop/rock dos anos setenta.



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terça-feira, 9 de março de 2010

Supergrass: Irreverência em altos decibéis

terça-feira, 9 de março de 2010 0
  É, não é nada fácil falar de uma das bandas mais legais dos anos noventa e que tenha divertido tanto com suas letras e melodias herméticas que casam tão bem com os anseios juvenis. Com influências diversas dentro de sua atmosfera rock, mas sempre com uma espinha dorsal bem estruturada e sólida, por vezes mudando um pouco apenas a couraça. Sim! estou falando do supergrass. Com influências como The kinks, beatles, bowie, e bandas punks como: Buzzcocks e Clash. O supergrass ficou famoso por suas músicas divertidas e honestas, deixando de lado esta história de salvação do rock. 

  Para ficar apenas em um dos disco do banda, pois a discografia deles é bem interessante e de qualidade inquestionável, escolhi o disco Life on other planets, album de 2002, ja na fase pós-britpop. É um trabalho um pouco diferente dos três primeiros discos: Os excelentes ( I shoud coco, In it for money) e o regular (Supergrass), uma vez que os três albuns exalam efervescência juvenil por todos os poros, aqui neste o grass pisa um pouco no freio em alguns momentos. A trinca de músicas que abre o disco, 'Za', 'Rush your soul' e 'Seem the lights' é espetácular, dando a impressão, que se confirma ao longo do album, de que é um grande disco de rock, com acentos musicais que tambem agradavam  ao pop. Apartir daí seguem o ska/rock 'Breacon beacons', levada gostosa, logo após vem 'Can't get up,' na minha opinião uma das melhores do disco, balada no melhor estilo britpop, aqueles toques espertos de órgão que deixam a sonoridade do grass tão cool, aqui fazem excelente trabalho. A quinta canção, 'Evening of the day', aparece num misto de pinceladas dylannescas e a fase rocker do Bowie. Logo em seguida vem a estranha 'Never done nothing like before' mostrando um pouco das influências punk do supergrass, na sequência vem 'Funiest thing', beatlemania com baking vocals melódicos e por momentos dá ares de bowie novamente. 'Grace' é aqueles rocks que servem na medida para tocar em rádios por aí a fora , canção muito contagiante. Fechando o disco vem: 'La song', rock florido, 'Profhet 15' enigmática e sofisticada e encerrando uma tentativa experimental intitulada 'Rum'.


  Enfim, grande disco sem nenhuma sobra de dúvidas e mais uma colaboração para o bem dos amantes do rock bem feito, pensado e trabalhado. E a prova de que muitas vezes vale mais esperar um tempo para lançar um bom disco do que ceder à ansiedade de executivos que pressionam à lançar um disco por ano, que por vezes decepcionam e jogam excelentes bandas no mar da descrença.

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domingo, 7 de março de 2010

Um estranho no ninho

domingo, 7 de março de 2010 0


  Hoje acordei meio assustado assim dizendo, pensava estar atrasado mas apenas eram 8:30, fiquei mais relaxado, pois não estava atrasado para o delicioso prazer do ócio, ou seja, um convite ao coisa ruim, ja que a cabeça vazia é seu lugar favorito. Olhei através daqueles vidros empoeirados da janela e avistei as pessoas fazendo seus exercícios matinais, ja havia passado por auquela fase paranóica e obssessiva de comportamentos corpo sarado. Fui até meu computador e não encontrava inspiração alguma para escrever sobre algum assunto qualquer, nem que fosse politica, assunto, digamos nada bom para uma manhã tão instigante até então, o estômago não aguenta a pancada logo cedo. Logo desisto do computador vou até a porta e la esta o jorna, interessante talvex houvesse algo bom para se lesr no caderno cultural, ja que o resto do jornal não deveria conter nada mais doque morte, assaltos, estupros, ônibus queimado, balas perdidas, seuqustros, atc, etc, etc...
   É,  nada de interessante tambem. Vai até sua estante, apanha um livro aleatóriamente, era um livro do bom e ácido Borges, escritor de filosofia muito ceticista, o dito cujo: Ficciones, livro de contos muito criativo, literatura fantástica, onde a biblioteca é comparada ao mundo e cada ser humano um livro. 


  Fica a divagar o quanto borges foi importante em sua vida, tempos dificeis embalado por uma leitura instigante, mas não somente, ja que haviam lugares pro Cortázar, Casares entre outros arquitetos da fantasia, modificando, sem barbitúricos, ressalte-se isso, a estrutura literária da minha vida  e de outras dúzias ou milhares de vidas. Bom, mas voltando. Permaneceu admirando o livro, até cansar novamente e aquele tédio retornando de forma voraz e avassaladora. Vai até a janela novamente e dessa vez observa que vai chover, mais um dia cinzento nesta cidade onde as nuvens das tormentas insistem em abafar o sol. Mas gostava daqueles ares de cidade cinza, sentia que tudo aquilo combinava com seu tédio. E agora aquelas pessoas que estavam indo praticar sua atividade física, retornavam rapidamente para suas casas. 
  Volta para cama e começa a olhar para o teto sentindo uma angustia-tristesa profunda-suspira fundo, aqueles suspiros dos apaixonados, mas não era seu caso. Olha para o teto, permanece analisando as falhas na madeira velha do e aquele mofo todo que dava um aspecto de lugar abandonado para o seu quarto. Pega o calendário e olha: 15 de agosto, e nada, ninguem telefona, ninguem da noticias e é mais uma primavera de sua vida, sendo desfrutada solitariamente. E  sentia-se um estranho no ninho.

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quinta-feira, 4 de março de 2010

Diário de um aspirante a beat

quinta-feira, 4 de março de 2010 1
                                                          (Borroughs, kerouac, Ginsberg)

  Andava a passos firmes pela calçada imunda daquela cidade onde parece que a tecnologia não havia chegado de forma alguma, pois fitava as casas de arquitetura arcaica , encontrava certo charme nisso, coisas velhas sempre lhe chamavam atenção. Dessa vez viajava sozinho nas ondas sonoras de seu mp4 em busca de trago forte, outros tempos bebia com seu fiel e compartilhador de mesmas perspectivas doug, hoje não mais , pois o mesmo estava se tratando logo após descobrir ter um disturbio psicológico, era esquizofrênico, precisou deixar de todas as drogas e principalmente, para meu desprazer, de beber. Recordava-se como eram boas aquelas noites de sexta ou sabádo onde vagavam por ruas que pareciam intermináveis dividindo um trago de vinho. Eram bons aqueles momentos onde se esquecia do tédio que persegue a juventude vazia de nossos dias, o jeito era secar uma garrafa ou duas de vinho e filosofar sob o inibriante luar, sobre assuntos diversos principalmente literatura o rock'n roll. Era inverno, aqui no sul sempre é melhor, mais charmoso para ele e seus mancomunados, colocava sua jaqueta de couro uns baseados no bolso e saia sem rumo. 


  Hoje encontrava-se só, mas este não seria o motivo pelo qual deixaria de brindar a noite. Chegava na frente dos bares e ficava a admirar aquelas meninas, aquelas pessoas passando pra la e pra cá, naquele capitulo de sua andança imaginava porque a pressa, visto que ela só estraga os prazeres que se pode desfrutar no andar da carroagem. Você pode deixar sua vida atemporal se desejar, já basta a crueldade que o cotidiano atribulado de vidinhas normais nos impõe garganta abaixo e cada vez mais e mais nos prendemos a parâmetros retos que nos levam apenas a uma tv de plasma ou um home theather no final do ano ou do mês, dependendo a abastança do sujeito. Assim prosseguia na sua admiração das ruas e das pessoas degustando seu vinho, que dava o intervalo entre os baseados que fumava noite a dentro com seus amigos marginais, aspirantes a profetizadores de um revival dos beats, trocando o jazz pelo rock'n roll em suas sessões auditivas. 


  Assim a noite prosseguia a se entregar na plenitude a todos aqules nômades sem rumo que apenas queriam se divertir  conversando sobre a diferença entre o punk e o pós-punk entre um baseado e outro. Num dado  momento esta tão embriagado que não percebe o quanto ja estavam naquela diversão, pois ja estava quase amanhecendo, e oque parecia infindável estava na última nesga de escuridão, as últimas estrelas desapareceram e o tédio iria retornar triunfante, maioral a suas vidas. Ja via pessoas saindo daquelas casas velhas dirigindo-se para seus empreguinhos em farmácias e escolas. E oque lhe restava era retornar para escuridão, para seus livros, para suas músicas. Até o próximo amanhecer daqueles subterrâneos , num outro dia, em algum lugar, outras ruas com outros assuntos que nem o patrão mais safo conseguiria debater.

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terça-feira, 2 de março de 2010

DISKINHOS

terça-feira, 2 de março de 2010 0
      Wolfmother: Híbrido do velho com o novo
                                                                                   
                                                                         
                                                                                           
   Venho através deste blog relatar mais uma vez algo de interessante a respeito de bandas legais deste estilo finado rock'n roll, a banda australiana wolfmother que desde seu debut vem causando, no bom sentido,   burburinho na cena rockeira atual, anos 2000, com bons lançamentos. Último registro da banda 'COSMIC EGG', disco lançado em outubro de 2009 vem de muito bom  grado visto que bons discos não são corriqueiramente produzidos atualmente.   


  Bom, vamos ao dito cujo, inicialmente nos presenteia de cara com uma boa canção CALIFÓRNIA QUEEN música acelerada, batida veloz, na linha hellacopters na sua primeira fase, é pra levantar, como se fosse um convite ao que estaria por vir ainda. Logo em seguida vem NEW MOON RISING, aqui encontran-se elementos psicodélicos, mas nada muito forçado, riff forte no estilo classic rock, efeitos vocais a foder. Em seguida vem WHITE FEATHER, daqueles rocks que funcionam brilhantemente em arenas e estádios por ai a fora, remete ao memorável ac/dc, a quarta canção é SUNDIAL, oque dizer, sabbath do ínício ao fim, desde os vocais que lembram em muito o comedor de morcegos. Seguem-se IN THE MORNING, balada pop na linha zepelim de chumbo, lógicamente com roupagem anos 2000; 10000 FEET, pesadona, com guitarras fortes, batera no talo; COSMIC EGG da nome ao disco, guitarras pra todo lado e teclados na escola do purple, visto jon lord; FAR AWAY balada bem comercial pra tocar na rádio, mas legal, cativante.  
  

   Descrevi apenas algumas faixas de um todo de dezesseis, o restante do disco segue nessa linha som inspirado no rock clássico dos início dos anos setenta, visto a trinca de ouro: sabbath, purple, zepellin. Intercalando com algumas baladas com acentos pop, que é pra aliviar o ouvinte em alguns momentos da barulheira distorcida das guitarras pesadas. Enfim altamente recomendado pra quem curti o bom e nem tão velho rock'n roll, mais exatamente rock clássico. E a oportunidade, pra aqueles, os quais pensam que rock se resume a bandinhas hipe do tipo artic monkeys, de ouvir uma sonoridade mais antiga com uma roupagem mais moderna   

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segunda-feira, 1 de março de 2010

Prazer

segunda-feira, 1 de março de 2010 0
 Acendeu o cigarro, mal boro filtro laranja, e agora baforava a fumaça para o alto. Pensava na vidinha pacata e miserável para a qual regressaria após aqueles momentos de júbilo, vividos há alguns minutos atrás. Pelo barulho no teto e pelas pequenas gotas que molhavam a janela, percebeu que chovia. Já estava cansado, pelos mais diversos motivos, principalmente pelos filhos, os quais estavam longe dali, em algum lugar deste mundo, mas oque mais lhe tirava o sono era a quantidade de mentiras que sua mãe deveria lhes contar. Neste momento olha fixo para o lado direito da cama e começa um carinhoso afago nos dourados cabelos daquela linda mulher com quem dividiu a cama e o amor. Dormia, depois de ofegantes momentos de sexo, fadigada o tranqüilo sono dos inocentes. Foi até a janela do apartamento e permaneceu estático observando as luzes dos faróis dos carros que transitavam velozmente debaixo de fina, e nem por isso menos fria, chuva.


 De repente a mulher de cabelos dourados acorda e pergunta que horas eram, pois tinha um compromisso naquela noite e não estava disposta a perder dinheiro, a não ser que ele cobrisse o prejuízo financeiro que teria. Quando ela terminou de dizer esta última frase já estava no banheiro na frente do espelho penteando o cabelo, de maneira rápida.


 Ele estava tão distraído com aquela fina garoa que nem prestou atenção no que falava a apressada mulher. Retirou o dinheiro da carteira e jogou em cima da cama. A mulher deu uma ultima penteada nos cabelos, pegou seu dinheiro e saiu do quarto dando um singelo adeus, daqueles que se perdem no sinuoso labirinto da mente humana.

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domingo, 28 de fevereiro de 2010

DISKINHOS

domingo, 28 de fevereiro de 2010 0

 Hoje estou postando um disco que é sem sobra de dúvidas uma das mais sensacionais estréias deste póstumo gênero chamado rock’n roll. Estou falando do The Who com o disco My generation.

  Acho que apresentar o Who é tarefa desnecessária, pois é uma das bandas mais badaladas do rock e que serviu de influência para gerações posteriores, dos proto-punks e punks do final dos anos 70  até bandas dos nossos dias. O clássico foi lançado em 1965, após o who passar por diversos problemas, principalmente com empresários e gravadora, e também após trocarem de nome, pois a banda se chamava The high nunbers. Naquela época o who já era conhecido por suas apresentações viscerais, onde haviam guitarras e baterias quebradas para todo lado, pois ao que se sabe eles queriam mostrar algo novo, que chamasse atenção. Oque se ouve é que as apresentações do who eram extremas, de onde os fãs saiam exaustos e naquela época o who já era rotulado como um grupo mod.

  Oque falar do disco, como já disse uma das melhores estréias do rock. Desde a capa clássica, onde o baixista John Entwistle veste uma jaqueta com o desenho da bandeira do Reino Unido e todos os integrantes olhando para o alto, para mim isso já lembra uma atitude, com ares de efervescência juvenil. O trcklist é excepcional, começando com a melódica e forte “Out in the street”; passando pela sensual “The goods gone” e pela energética e clássica “My generation”; o disco ainda segue com ótimas faixas como: “The kids are alright”; “its not a true” a bluseira “I’m a man” e fecha com a bombástica “The Ox”. Não há dúvidas a respeito deste disco, se trata de um exemplar escencial para qualquer discoteca básica que se aventure dentro deste gênero morto chamado rock’n roll, pode baixar sem medo de se arrepender. Abraço!

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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Recomeço

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010 0
Queria me livrar, me soltar das correntes do passado, que prendem a ignição motora do futuro. Sempre há um recomeço, espero não estar me iludindo, pois desde que exista boa vontade, uma força sincera que não deixe a caixinha de música parar de tocar.

Estava meditando sobre como seria seu futuro dali em diante, por onde começar. Tanta bagunça, tantas coisas a fazer e uma mente cansada, perturbada pelos últimos acontecimentos, pelas más noticias, enfim, pelas lambanças da vida. Existe vida ainda? ou apenas pó, sobras do que um dia foi uma existência digna, todavia há sempre o brilho da esperança que ilumina, como farol, o árduo caminho do recomeço.

Achou melhor iniciar por seus antigos vinis, adorava aqueles bolachões sonóros, em outros tempos mantinha um zelo fraterno por eles, nesses dias miseráveis os mesmos encontravan-se poeirentos, com bolores de mofo, amontoados no interior de uma caixa de papelão, jogados num canto da sala, imagine só quanta falta de consideração com a banana do velvet, com a torta dos stones e outras fabulosas entidades do rock. Admirava seus livros na estante, quando de repente pensou: Que nem ânimo para suas leituras inspiradoras havia mais.

Como se seu cérebro tivesse esgotado completamente, justamente, julga, por ter lido demasiadamente autores malucões, (ou contrário), por ter pirado com cinema autoral (ou contrário), por ter filosofado demais sobre todas aquelas peças de teatro, por ter exagerado naquela cafeína madrugadas a dentro, em suma, por todos seus exageiros.

Na contramão, havia um total desinteresse por suas outras preoucupações, das mais diversas, e isso tudo é que o deixava vertiginosamente agonizante diante desta coisa complexa denominada vida.



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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Acasos

terça-feira, 12 de janeiro de 2010 0
  





  Estava admirando, da janela do seu apartamento, as árvores de um parque qualquer, que se localiza na frente da sua casa, enfim, eram exemplares de diversos tipos, para todos os gostos, vindos das diversas partes do mundo provavelmente. Os carros passavam como lápis riscando papel de forma firme e objetiva, mas algo o intrigava demais, de maneira que lhe causava uma preocupação que talvez fosse descabida ou quem sabe fosse maior que sua própria percepção. Prosseguindo sua divagação a cerca dos problemas e ainda admirando a vista da janela de seu apartamento observou um mendigo que passava na calçada da praça e então pensou: por traz daquela aparente tristeza existencial, de se viver na rua, sem abrigo, ou seja, com todas as adversidades que há numa situação dessas, apesar de tudo isso parecia ter menos problemas do que ele. A moça de cabelo ruivo caminhava muito rapidamente com medo que lhe descobrissem, temendo o pior: que lhe reavisassem a bolsa, desvendariam seu grande segredo, oqual tanto esconde de todos, incluindo ai seus pais, principalmente eles. Nervosismo já estava lhe tomando o corpo por completo, sentia que já estava surtando de vez, quem ou o que lhe produzia aquele medo incompreensível, seria esta cena verdadeira ou uma mentira, talvez um reflexo da sua intensa paranóia. Ela esbraveja insultos no seu monólogo interior, aflita pelo atraso do seu contato, pois se não se concretizasse esse magnífico acontecimento, com certeza sua vida escaparia por um fio. Distraiu-se observando um casal que não parava de discutir, estavam sentados em um dos bancos da praça, pelo que observava ela parecia bem zangada com o rapaz.

- Eu te avisei que da próxima vez não haveria desculpa que me impedisse de dizer às coisas que você precisa ouvir urgentemente, se prosseguires com estas tuas manias, com estes teus vícios, acabarás com a tua vida, não percebes.

 Com toda razão Raquel chamava atenção de Pedro, pois não queria se envolver com alguém que fizesse uso de narcóticos, fossem eles da categoria que fossem. Onde se viu ter uma vida ao lado de um viciado, além é claro da saúde que se deteriora aos poucos que moral teria ele para criar os filhos que tivessem. Raquel já estava cansada desta situação, em outras palavras, o brilho intenso do amor de outrora, hoje estava um tanto quanto ofuscado por todos estes últimos acontecimentos.

- Mas Raquel eu te amo, apenas disto é que tenho certeza, o resto pouco importa ou quase nada e por isto mesmo é que me esforçarei, abandonarei todas estas coisas.

 Promessas é o que mais fazemos, no entanto poucos as cumprem de fato e oque resta no final é o amargo gosto do arrependimento. Com Pedro não seria diferente, pois foi por toda sua vida um viciado de carteirinha, como se diz, e tudo isso acabou apenas no seu trigésimo segundo aniversário, a idade que cristo morreu, depois de uma overdose fatal, deixando dois filhos sem criar por completo, a promessa de Raquel também não foi cumprida, uma vez que ela é a viúva. O mendigo prosseguia seu caminhar, quando de repente esbarrou numa moça que fazia seu trajeto de forma muito rápida, segurava sua bolsa com tal afinco, que em certo momento, quando o mendigo se aproximou dela para ajudá-la a levantar a bolsa ela se esquivou com certo desprezo por ele, agarrou a bolsa de forma ríspida e seguiu seu caminho.

Da sua janela Chico observa a cena e sente pena daquele pobre homem maltratado pela vida, que apesar de tudo era um ser humano e merecia respeito, por outro lado pensou se havia respeito num mundo conturbado e arisco, como este em que vivemos.

 Raquel afagava a nuca de Pedro e observava a cena humilhante pela qual o acaso forçosamente fez aquele homem passar. De repente sentiu uma raiva daquela moça, talvez estivesse com uma gana de cobrar sua tristeza em relação ao Pedro, cobrar daquela moça de cabelos ruivos. O mendigo dá força ao seu passo moribundo, triste produto das sociedades sujas deste mundão. Ele anda naquela pista negra, como sua vida ha muito tinha se transformado, com listras descontinuas amarelas, adorava ver o amarelo do arco-íris ainda na sua primeira infância. Fita o céu e se admira com o azul anis daquele imenso manto que recobre a terra, estava completamente límpido e sem nuvens, se maravilhava com ele, como se fosse pela primeira vez. Mas na verdade seria a ultima vez que veria o céu, ao atravessar a rodovia, um ônibus o atropelou. O que se vê depois é apenas seu débil corpo se contorcendo ao chão, devido ao impacto, o sangue escorrendo pela boca, o qual se transformava num vermelho negro ao tocar o chão, sob sol escaldante de um verão intenso. Ao redor do corpo aglomeram-se curiosos, entre eles: a moça preconceituosa de cabelo ruivo, Raquel, Pedro e Chico, que desceu do seu apartamento.

 O estranho é que todos eles estavam estranhos àquela situação, pelo menos naquele momento, mas por incrível que pareça, este fatídico acontecimento de alguma forma os atingiriam e suas vidas não seriam as mesmas dali em diante.



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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

DISKINHOS

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010 0
DAMNED, DAMNED, DAMNED
 

Clássico do rock e principalmente ou mais precisamente do punk inglês safra 1977.




  O dito cujo é “DAMNED, DAMNED, DAMNED” do the damned. A banda foi um dos expoentes da cena punk juntamente com os pistols e o clash, eles estavam naquele famoso show dos ramones em 1976 em Londres, e como boa parte das demais bandas punks, foi logo após este acontecimento que a banda efetivamente surgiu. A capa do disco já adiantava oque esperar, e não foi diferente, pois as músicas são quase na sua totalidade boas, todas elas carregavam riffs velozes e simples, características da sonoridade punk. Destacando-se as energéticas “neat, neat, neat”; “Born to kill”; “new rose” e a cadenciada “Fan club”, e seguem-se outras boas faixas até o final, que não menos glorioso traz um cover de uma forte influencia para o Damned, e para outras centenas de bandas punks, estou falando dos stooges, poderia ser outra?!, A música escolhida foi uma menos manjada: “I feel all right” um pouco diferente da versão original, aqui ela aparece com menos peso nos riffs e mais rápida, oque escapa ileso é vocal do mister Capitain Sensible que martela o Judas.
  Então fica a dica deste achado que estava esquecido no passado rock’n roll. Quando falarem de punk inglês e citarem apenas sex pistols e clash, por gentileza pronunciem o nome THE DAMNED. Abraço!

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Pela passagem de uma dor







 Em dado momento sente uma dor profunda no lado direito do peito, dor de amor ou outra coisa. Não sabe explicar. Como o crepúsculo é lindo, da janela aberta da sua quitinete admira com comoção infantil. Barulhos de carros circulando na rua, todos eles com suas rodas liga – leve, pneus gastos cheirando a queimado, provavelmente a esta hora são as pessoas retornando para casa depois de um longo dia de trabalho. Observa a sua volta, fazendo um tour visual na sua quitinete. Primeira coisa que mira são as paredes hoje gastas e cheias de remendos, parecendo cheirar a mofo, refletindo a tristeza entranhada em sua alma. Houve um dia, no qual estas mesmas paredes maltratadas de hoje eram jovens paredes novíssimas em folha e refletiam outras coisas um pouco mais positivas do que agora, tempos de abastança sentimental, amor incondicional, sorrisos estampados, as auroras de cada dia vinham como afago no rosto, sopro de paixão no coração. Hoje teria de se contentar com uma aguda dor no coração, que por diabos, não queria sucumbir. Detinha o olhar na sua coleção de discos, com infoque especial para os do Bob Dylan, como eram bons os tempos que se gastava, aqui mesmo sentado neste sofá, sorvendo um gole de vinho numa audição coletiva, a qual lhe parecia infinita. Aqueles foram tempos conturbados, mas gostosos a valer, tempos de amizade verdadeira, de abraços verdadeiros, de esperança, tempos em que a derrota era o estimulo maior para continuar e derrotar o inimigo fosse quem fosse este inimigo, se tivesse que resumir em uma palavra àquela saudosa época, diria ESPERANÇA. Tenta arranjar uma desculpa para esta apatia abrupta pelas relações humanas, físicas ou sentimentais era tudo um imenso desestimulador vazio, sem crenças de qualquer ordem fossem religiosas, políticas, sentimentais, apenas aquele perturbador e ao mesmo tempo confortável vazio. Sentia-se como uma alegoria estática e na sua volta as pessoas correndo pra la e pra cá nas suas conturbadas vidinhas normais. Talvez fosse isto que detestasse: este padrão retilíneo e sem desvios. Caminha até a velha vitrola, fez questão de trazê-la quando sua mãe morreu, pois gostava de ouvir musica em velhas vitrolas justamente pelo som que era mais nítido e também porque enxergava certo charme nisto. Escolhe um disco do Vam Morrison. Mais precisamente Astral weeks, emocionava se com o timbre da voz dele. Neste momento lhe causa certo riso esta situação devido à discrepância entre sua vida neste momento e as musicas melodiosas do Vam Morrison. Como a vida muitas vezes se contradiz, talvez seja porque todo ser humano algum dia em toda sua existência se contradiga, se refere a contradições sentimentais, equívocos amorosos, etc. Agora esta fitando naquela mesma parede velha uma réplica de uma das pinturas do Vam gog, não compreende o motivo pelo qual aquele quadro esta ali, disposto daquela maneira, não se lembrava quem nem quando haviam colocado ali. Quem sabe teria sido nos velhos tempos, nos bons e velhos tempos. Enquanto ocorre toda esta divagação, que talvez fossem lamurias de um louco solitário na sua bolha, a melodia das canções do Van Morrison o fazia chegar à plenitude da tristeza. Agora percebia o quanto faltava um toque feminino na decoração da sua quitinete. Principalmente nos detalhes que para a maior parte dos homens passam despercebidos, um toque feminino era sempre bem vindo, faltava mais do que isto, um perfume feminino que enchesse o ambiente com sua doçura e leveza, abrilhantando o ambiente. Sempre idolatrou as mulheres, estes seres cândidos e ao mesmo tempo complexos que fazem rir e chorar, por vezes promovem a completa mistura de todos os sentimentos ao mesmo tempo. Formando um híbrido de amor e ódio, de sorrisos e choros.
Agora era apenas aguardar o derradeiro instante onde tudo se transformaria o belo ficaria feio, a tristeza se converteria em felicidade e as relações seriam verdadeiras sem aquela falsidade pedante a que todos estamos fadados. Em instantes que podem ser segundos ou anos tudo será melhor. Todos os desejos mais íntimos e estranhos seriam passiveis de concretização. Enquanto este instante não vinha ficava transformando sua tristeza em poesia, era preciso exorcizar seus demônios que insistiam em permanecer enclausurados.
Já era noite e as estrelas lhe faziam companhia seus olhos foram cerrando lentamente até suas vistas encontrarem a completa escuridão e a dor no peito o abandonar por inteiro.

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