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sábado, 24 de julho de 2010

Entre birítas e pó royal

sábado, 24 de julho de 2010
   O cheiro de sexo pairava no ar, misturado ao suor evaporado pelos corpos que a pouco se enroscavam feito cobras, naquela cama velha com lençóis que não eram trocados a algum tempo.O quarto todo era muito velho, com certeza vários encontros sexuais ja haviam acontecido naquela cama, naquele ninho podre que a velha dizia ser um lugar de respeito, respeito o caralho, pois sabia-se muito bem que aquele lugar era feito apenas pra encontros e para usuários de droga consumirem seu nectar, sejam endinheirados ou mesmo aqueles sujeitos durões que juntavam uma grana para cheirar a duros sacrifícios, mas obviamente a velha tirava sua etapa que era um teco pequeno, pelo menos era oque dizia, mas oque não sabiam era que de teco em teco ela estava se destruindo a valer, day by day.Bom, mas voltando ao que importa, o cara ficou olhando pela janela do quarto e pensava naquela outra mulher que talvez estivesse a sua espera em algum lugar e quem sabe necessitasse de sua ajuda, mas ele não queria nem saber no fim do ano voltaria tudo ao normal, logo, na sua cabeça pervertida acreditava que tinha de aproveitar o máximo possível, tudo em todos os minutos.A mulher ainda na cama acendeu um cigarro e lhe questionou noque pensava.O homem falou que nada, apenas observava a rua com suas distrações baratas.Falou à garota que precisava beber algo para descer a cocaína, a moça disse que ia pegar uma cerveja lá embaixo, enquanto isso ele prosseguiu no seu monólogo mental.


   Quando chega até a geladeira tem vários caras sentados na cozinha consumindo suas drogas, um deles mexe com a moça, que o manda a merda.Pega cerveja e antes de subir a velha chega próximo dela e pergunta quanto tempo mais ficariam lá, pois tinha uma proposta para lhe fazer.Retorna ao quarto e passa um dos copos para Pedro, ele segura o mesmo, pergunta a garota se tem algum plano melhor para a vida além de seguir naquela  junkielifee logo após, afirma que talvez houvesse uma forma de sairem juntos daquela e seguirem uma vida mais regrada ou um pouco menos turbulenta.A garota fala que ja tentou uma vez, mas que não deu certo, ficou um tempo em casa numa boa, entretanto não durou muito este recesso.Oque te assusta tanto na vida? indaga à garota, ela responde que nada, a vida é um passatempo e todos vamos encontrar seu final em algum ponto determinado, logo, porque não seguir na trilha errada até onde der.Queria mesmo era viver, não se arrepender de nada que não fez, não tinha nascido para uma vidinha pacata, com empregos normais e almoços familiares aos domingos, era assim como era e pronto, sem ressentimentos com nada.O cara falou que deveria tentar, quem sabe faltasse encontrar a pessoa correta para lhe ajudar, pois pensava grande e não queria passar a vida inteira se autodestruindo, mesmo tendo uma forte tendência a isso no sentido literal da coisa, sem anédotas metafóricas.Neste momento, ela diz para Pedro que tentou o suicídio por duas vezes, com insucesso patético.Havia uma força superior que lhe prendia a este maldito circulo de amizades estavam acabando com sua reputação, que talvez nem mesmo existisse mais.

   Pedro chega próximo dela, a segura pela nuca e  tasca um beijo ,naquele exato momento percebeu que aquele beijo era tão doce quanto o de inúmeras mulheres de reputaçao intacta e percebeu que aquela mulher, daquele jeito, era oque queria e não era nenhuma aventura de momento, é algo que nem mesmo ele tinha como explicar,como uma junkie fudida como aquela lhe atraia de forma singular.Seguiria com ela até onde aguentasse ou desse e que fosse todo resto para o inferno, não se importava com oque os outros diriam a seu respeito.Após, deitaram-se na cama e seguiram para mais alguns momentos de sexo sujo, mas verdadeiro, que ambos gostavam.Seria tudo aquilo uma ímpeto fugaz de momento ou um sentimento puro gerado de diversas situações depravadas que à meses estavam vivendo juntos, isto nem mesmo eles conseguiriam dizer e somente o tempo mostraria.Enquanto isso a velha cheirava pesado na sala ao som de boleros antigos e à luz de lâmpadas vermelhas.De repente sente uma forte dor no peito, não conseguia respirar direito, sentia-se tonta, tentou gritar por socorro, mas era um ato em vão, pois o volume do som não permite que seja escutada, nem mesmo pelos amantes, os sujeitos que estavam na sala haviam pirado demais para perceber alguma coisa.A velha acabou dura no meio da sala, vítima de um ataque cardíaco fulminante, seu corpo somente foi encontrado no outo dia pela garota que mesmo sem ter parentesco algum com a velha, derramou algumas lágrimas, porque apesar de tudo, a velha estendeu a mão várias vezes e foi com quem pode contar nos dias mais conturbados de sua vida, aquele era um fim triste, mas previsível.Naquele momento Pedro aproxima-se da garota e lhe abraça, afagando seus longos cabelos dourados.A garota num pranto convulso, chegando a ser até incompreensível, pois nem mesmo ela sabia que nutria um sentimento tão intenso pela velha.

1 comentários:

de Dai para Isie

Oi, Caio, linkei você pelo blog da Mari - Polar Pearl.

Hehe! Você transita entre os tempos verbais, é interessante, uma mistura de narração em terceira pessoa com narração em tempo presente (seria a chamada narração em segunda pessoa?). Sempre pensei que narração em segunda pessoa fosse como em primeira pessoa só que em tempo presente. Mas, taí, gostei desse teu jeito de narrar. Parabéns!

Tem continuação?

Grande abraço!

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