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segunda-feira, 15 de março de 2010

A carta

segunda-feira, 15 de março de 2010

  A tristeza lhe invadia o coração sem tréguas apenas destrinchando tudo através das lágrimas que não eram poucas, e que escorriam por suas rugas que lhe deixavam horrível diante do espelho, mas porque chorava compulsivamente, pois estava tudo resolvido e lágrimas são, unicamente, lamentações desprovidas de sentido. E foi tudo tão de repente, que de repente estava na rua da amargura sem eira nem beira, como sobreviver, essas eram questões que por mais estranho possa parecer não importavam em nada. Oque lhe tirava o juízo era a vergonha desconcertante estampada em seus olhos. Vergonha tal, que lhe perseguiria pelo resto da vida. Pois onde quer que fosse ela estaria lá, no seu mais absoluto e intocável esconderijo. Soberana de si mesmo. Pensava, dialogava com o nada, questionava-se: porque ele?, não ouvia resposta alguma do seu eu, este que falam ser nossa consciência, algo subjetivo para assuntos tão obejetivos. Andando pelo parque, não mais que de repente encontra uma carta ao lado de uma árvore, era inverno e as folhas ja estavam todas no chão cobrindo aquela terra vermelha como um cobertor aquece um corpo no inverno rigoroso sulista. Abre aquele envelope, retira a carta, desdobra e obeserva as letras que eram bonitas. Era uma carta de amor. Pelo tom amoroso que somente os mais fiéis amantes poderiam dar vida. Nela estava um pedido de desculpas pelo atraso de uma das partes da tal aventura apaixonante. Talvez ela tenha lido aquela carta e jogado fora ou ainda nem mesmo tenha lido, oque poderia ser um erro ou quem sabe uma dádiva. Todavia, oque lhe interessava aquilo tudo?, diante de todos os percaussos pelos quais o destino insistia em jogar bem no meio do seu tortuoso caminho. No fundo aqueles amantes nunca mais voltariam a se encontrar  e o pobre coitado do homem viveria na sua amarga tristeza durante bons anos à frente até o derradeiro momento de sua infâme existência.

1 comentários:

Camila

Pra você ver cara, como a gente tem que sofrer.

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