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quinta-feira, 4 de março de 2010

Diário de um aspirante a beat

quinta-feira, 4 de março de 2010
                                                          (Borroughs, kerouac, Ginsberg)

  Andava a passos firmes pela calçada imunda daquela cidade onde parece que a tecnologia não havia chegado de forma alguma, pois fitava as casas de arquitetura arcaica , encontrava certo charme nisso, coisas velhas sempre lhe chamavam atenção. Dessa vez viajava sozinho nas ondas sonoras de seu mp4 em busca de trago forte, outros tempos bebia com seu fiel e compartilhador de mesmas perspectivas doug, hoje não mais , pois o mesmo estava se tratando logo após descobrir ter um disturbio psicológico, era esquizofrênico, precisou deixar de todas as drogas e principalmente, para meu desprazer, de beber. Recordava-se como eram boas aquelas noites de sexta ou sabádo onde vagavam por ruas que pareciam intermináveis dividindo um trago de vinho. Eram bons aqueles momentos onde se esquecia do tédio que persegue a juventude vazia de nossos dias, o jeito era secar uma garrafa ou duas de vinho e filosofar sob o inibriante luar, sobre assuntos diversos principalmente literatura o rock'n roll. Era inverno, aqui no sul sempre é melhor, mais charmoso para ele e seus mancomunados, colocava sua jaqueta de couro uns baseados no bolso e saia sem rumo. 


  Hoje encontrava-se só, mas este não seria o motivo pelo qual deixaria de brindar a noite. Chegava na frente dos bares e ficava a admirar aquelas meninas, aquelas pessoas passando pra la e pra cá, naquele capitulo de sua andança imaginava porque a pressa, visto que ela só estraga os prazeres que se pode desfrutar no andar da carroagem. Você pode deixar sua vida atemporal se desejar, já basta a crueldade que o cotidiano atribulado de vidinhas normais nos impõe garganta abaixo e cada vez mais e mais nos prendemos a parâmetros retos que nos levam apenas a uma tv de plasma ou um home theather no final do ano ou do mês, dependendo a abastança do sujeito. Assim prosseguia na sua admiração das ruas e das pessoas degustando seu vinho, que dava o intervalo entre os baseados que fumava noite a dentro com seus amigos marginais, aspirantes a profetizadores de um revival dos beats, trocando o jazz pelo rock'n roll em suas sessões auditivas. 


  Assim a noite prosseguia a se entregar na plenitude a todos aqules nômades sem rumo que apenas queriam se divertir  conversando sobre a diferença entre o punk e o pós-punk entre um baseado e outro. Num dado  momento esta tão embriagado que não percebe o quanto ja estavam naquela diversão, pois ja estava quase amanhecendo, e oque parecia infindável estava na última nesga de escuridão, as últimas estrelas desapareceram e o tédio iria retornar triunfante, maioral a suas vidas. Ja via pessoas saindo daquelas casas velhas dirigindo-se para seus empreguinhos em farmácias e escolas. E oque lhe restava era retornar para escuridão, para seus livros, para suas músicas. Até o próximo amanhecer daqueles subterrâneos , num outro dia, em algum lugar, outras ruas com outros assuntos que nem o patrão mais safo conseguiria debater.

1 comentários:

Luidgi

ô, cara. muito obrigada mesmo por dizer aquilo do que escrevo, não vou mentir, fiquei emocionada. é sempre bom ouvir certos elogios do que mais se gosta de fazer. E sim, a inspiração no Jack é gritante, e quem me dera ter feito parte dos Subterrâneos. Bem, espero fazer jus a isso e colocar bons textos! Fica de olho e pá, eu posto quase todo dia.

E a respeito do seu texto, eu curti bastante. Ele é claro e não é cansativo: e é dos melhores assuntos possíveis, né.


queridojulien.blogspot.com

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